terça-feira, 22 de setembro de 2009

Conto e Um desabafo

Dois rios.

A cronica sobre dois irmãos.

7:43 da manhã, quinta feira, Recife - PE, Brasil.

Certa manhã fria, um rapaz de vinte e poucos anos, alto , cabelos castanhos escuro, caminha com uma pasta na mão pela casa, ainda com o cabelo úmido pelo banho ele se sente junto à mesa do café, e vê que não tem nada.
-" Droga, ele não acordou de novo "

O rapaz caminha pela casa apressado e sobe rapidamente as escadas de aço e chega no primeiro andar da casa. Lá se encontrava uma porta de madeira ainda fechada. O rapaz revira os olhos e dá dois toques na porta.
- Ron! São oito horas! Você tem que trabalhar! " E eu também "
Um outro rapaz de vinte e um anos está totalmente estirado na cama , roncando levemente.
- Era sua vez de fazer o café, irresponsável! - Sem resposta novamente - Deus do céu... - O rapaz o olha com uma cara maquiavélica, chega sorrateiramente perto do ouvido do Ron, e pensa no que falar, mas era tão simples.
- ACORDA RONNEY!!! - O rapaz grita no ouvido do irmão que estava dormindo profundamente, logo ele acorda desesperado se debatendo e cai no chão com o corpo coberto somente com uma calça.
- Ai ai! Frio! muito Frio - A cerâmica gelada pela noite causara um choque térmico na pele dele - Noá, merda! Não acredito! - Noá puxa o irmão pelo braço e o levanta - Vai! Tomar banho! Anda! - Noá empurra o irmão para o banheiro - Anda logo! vai se atrasar! - Noá empurra o irmão pra dentro do banheiro e fecha a porta - Vou preparar o café, dessa vez não durma no banho!.
- Você é muito chato - Ron dá um soco na porta , Noá sorri.
- Bom dia meu irmão - Noá sussara baixo e fecha a porta.

Apressado ele desce as escadas de alumínio, sua calça social estava amena. Noá não lembrava onde deixava sua camisa que costumeiramente usava em aulas de anatomia, não conseguia achar, o dia ainda estava frio e não estava acostumado com o clima. Sua pele estava extremamente fria e seus olhos não secavam. Avista a camisa na cadeira de madeira , em uma mesa de jantar. Era um apartamento no decido sétimo andar, o frio era de matar. Noá desce as escadas rapidamente. Porém um imprevisto acontece. Ele tropeça no penúltimo degrau e cai fortemente no chão, bate o rosto na frio granito.
- Merda! - O rosto do rapaz começa a sangrar, certamente uma pequeno vaso havia se rompido no seu rosto - Droga! Tenho que limpar isso - O rapaz se dirige ao seu banheiro, e lá olha seu rosto ensanguentado , algumas gotas caem na pia e Noá observa o movimento de alguma delas indo pro ralo. Logo é seguido por algumas lágrimas. Noá abre a torneira e lava seu rosto com cuidado, havia um corte médio em sua parte esquerda do crânio. O sangue vermelho contrastava com os olhos verdes-claro do rapaz. E algumas lágrimas translúcidas. Logo Noá aparece na cozinha e um cheiro de comida emerge.
- Ronney? Quem diria - Noá sorri pro irmão.

- Está atrasado, eu sentei na cadeira e cadê o café? - Ron sorri.
- Ei, eu sofri um acidente tá? - Noá mostra o enorme curativo em seu rosto.
- O quê aconteceu? - Fala Ron asentimental.

Noá aponta para a leve mancha de sangue no granito.
- Eu ... não tinha visto isso - Ron começa a ficar pálido .
- Não se preocupe, vou limpar - Noá pega um tecido verde de algodão e vai até a sala, se ajoelha diante a mancha e começa a enxugar o granito. Caminha lentamente até a cozinha e lava o pano em questão, e o estende no varal.
- Ei, seu merda, não está esquecendo de nada? - Fala Ron em voz alta.
- Não sei - Fala Noá se virando para ele - Estou esquecendo de algo? - Noá se vira e vê Ron bem perto dele , e logo Ron o abraça. As mãos frias do irmão tocam a pele de Noá e logo ele retribue o abraço.
- Bom dia irmão... - Noá sorri.
Ron passa alguns munitos abraçando Noá. São irmãos somente a alguns anos. Grande amigos. Noá havia se mudado para recife para estudar medicina, mas no final das contas o que mais te troxe felicidade foi morar com seu irmão. Ron sente a pele de Noá extremamente quente.
- Está com febre?
- Não, com certeza - Responde Noá.

- Então, coma logo antes que nos atrasemos - Fala Ron se dirigindo até a mesa.
- Muito bem - Noá dá uma mordida na torrada - Merda! Quente! Quente! - Noá toma um gole de suco , Ron solta uma risada - Qual a graça? - Noá olha apático.
- Nada nada, vamos logo! - Fala Ron pegando a pasta na mesa da sala, Noá pega sua mochila, coloca nas costas e vai abrindo rapidamente a porta para a área do elevador.
- Ei, não está esquecendo de mais uma coisa? - Fala Ron com um sorriso.

- Acho que não...
- Olha ali - Ron aponta para a camisa de Noá na mesa.
- Onde eu estava com a cabeça - Noá pega a camisa e veste-se imediatamente, checa se está tudo na mochila, bata, máscara, tudo em ordem.
- Muito bem , agora estou com tudo - Ron estava parado olhando na varanda, e Noá se dirige até ele.
- Lindo não é? - Ron olha a vista de recife. A grande praia ao longe. Os prédios. A grama verde camuflada atrás de uma cortina de névoa e o barulho dos carros que nem chega a ser ouvido do alto.
- Ronney, você nasceu aqui e ainda olha para isso todos os dias? - Noá sorri e toca o ombro do irmão.
- Eu não me canso de olhar... - Fala Ron com a face maravilhada.
- Ok, vamos pernambucano. Temos mais o quê fazer - Noá puxa seu irmão até a porta.
- Tá tá. Vamos logo com isso - Ron segue o irmão até o elevador, que lentamente desce.

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11 horas e 40 minutos, Universidade Federal de Pernambuco. Recife

- Estão conseguindo ver a inclinação da Aorta? - Fala o professor no quadro negro, a sala mal iluminada e o cheiro de formol eram extremamente descorfortáveis.
- O endotélio do exemplar 1 está destruido, professor. Provavelmente nicotina - Fala Noá com um sério ar.
- Noá, abra a cavidade ventriular e verifique o estado - Fala o professor de anatomia.
- Sim - Noá pega o bisturi e começa a cortar o coração do cadáver.
- Valvula tricuspide está intacta, valva mitral intacta, porém a valva aórtica está destruida também.
- Entendo - Fala o professor - Esse homem provavelmente fumou até o último segundo de vida.

- É uma mulher... - Fala Noá contendo o Riso.
- Uma mulher... - O professor fica vermelho - Você tem que parar com isso Noá - O professor sorri, era jóvem, tinha seus trita anos era formado em licenciatura, tinha seu mestrado em anatomia humana, era um homem muito inteligente.

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11 horas e 59 minutos alunos saindo da sala, Universidade Federal de Pernambuco.

- Noá, que tal tomarmos um café? - Fala o professor sorrindo - Tenho algumas pesquisas que preciso que você faça.
- Tudo bem " Que saco " - Pensa discretamente Noá, ele gostava de pesquisar mas as pesquisas que o professor passava eram instintivamente chatas.
- Quero que faça uma pesquisa sobre o acúmulo de acetil nas células do corpo humano - Fala o Professor.
- Jonas, Obesidade denovo? - Fala Noá olhando para o professor.
- Quer fazer ou não? - Fala o professor levantando a sombrancelha.
- Eu faço, desculpe-me, deixemos a café para outra hora, quero estar vestido de Noá e não de médico - Noá sorri e olha para a bata cheia de manchas.
- Deixe isso na lavanderia hospilar da universidade, Obrigado Noá, tenha um bom dia - Fala Jonas. Noá se despede do professor e sai da sala.
Noá puxa o celular e disca o número do irmão.
- Oi Ron! - Fala Noá com um tom feliz no celular.
- Ai! merda você me desconcentrou, eu tropecei aqui! - Fala Ron rindo.
- Ok, onde vamos almoçar hoje?

- Venha logo me pegar seu merda, ai agente decide, não acha melhor? - Fala Ron.
- Ron, pára de falar palavrão - Noá fala sério.
- Desculpa... - Fala Ron com voz de choro.
- Pára de drama também, seu merda! - Fala Noá rindo.
- Ae ae, tá aprendendo! - Ron ri.
- Certo, cheguei onde está o carro, vou te pegar agora, em espera ai - Noá se referia ao estágio de Ron como engenheiro, sinceramente ele estava mais para arquiteto, suas paisagens eram artisticas.
- Ok, tchau - Ron desliga.
- Mal educado, nem me esperou dizer tchau - Noá sorri e entra no carro, era preto com películas a quase 100%, odiava luz, deixava somente o para-brisa e no vidro atrás do retrovisor.
- Liga o ar no máximo para desabafar o quente ar aquecido por uma manhã toda na universidade. Noá perdeu-se em pensamentos, até que percebeu que chegou até um prédio com vidros negros, um acabamento fantástico. Logo Ron sai por uma porta de vidro e entra no carro.
_ Boa dia não é? - Fala Noá sorrindo.
_ Vai a merda! - Ron e Noá começam a rir.

_ Senti saudades - Noá pega a cabeça do Ron e aperta conta seu peitoral e faz cafuné - Agora vamos logo, a fome está terrível.
Ron arruma o cabeço assanhado - Seu merda! Você me desarumou - Ron sorri - Hoje é por sua conta, vou gastar seu dinheiro , muahaha - Ron solta uma risada forçada.
Noá agora bota um CD de Sarah Brightman, muito alto, fecha os vidros e um som instumental começa, era Gothica. Uma música instrumental que vem antes de Flerus du mal.
- Baixe isso! - Ron diminui o volume.
- Sem graça - Noá sorri pra Ron.
- Então, como foi seu dia? - Ron fala mas não espera responda - Cara tira esse adesivo enorme na sua cara, deve ser um arranhão de nada - Ron puxa o adesivo e Noá pára o carro no acostamento rápidamente.
- Merda! Ron que droga! - O ferimento começa a sangrar - Droga - Noá começa a conter o sangue mas ele cai em sua camisa.

Logo em seguida Ron sai do Carro e tenta procurar o quite de primeiros socorros, mas não acha.
- Cadê essa merda!? - Um carro para atrás.

- Você é o irmão do Noá não é? - Um homem de jaleco branco aparece.
- Me ajuda, o Noá está sangrando muito - Ron se toca - Você não é aquele professor de quem ele sempre fala?

- Sim sou eu, um momento - Jonas olha para as mãos de Ron sujas de Sangue - Nossa, foi feio em - Jonas corre para o carro e pega uma maleta branca.
- Jonas! - Noá grita - Me ajuda aqui! - Noá se levanta - O sangramento não quer parar!.
- Não se preocupe Noá, vou colocar uma pasta à base de tromboxanas* e um cicatrizante - Jonas limpa o sangue superficial com um algodão com alcool
- Ai! Merda!
- Aguente! - Jonas passa uma pasta amarela no ferimento e rapidamente estanca com um pedaço grosso de algodão e rapidamente ele faz um suporte com esparadrapo.
- O sangramento parou - Fala Jonas.
- Graças a Deus! - Fala Ron pálido.

- Eu tenho uma camisa sobrando no meu carro - Jonas indo até ele.
- Irmão, me desculpa, eu não queria. Noá, olha pra mim! - Noá dá um abraço forte em Ron.
- Não é culpa sua. Por favor, esqueça isso! - Fala Noá, logo ele tira a camisa e deixa a suja dentro do carro, Jonas volta com uma camisa limpa e Noá se veste. Noá aperta a mão de Jonas e agradece firmemente. Ao voltar pro carro Noá se senta na cadeira do motorista, e Ron novamente ao seu lado.

_ Desculpe... foi tudo culpa minha - Ron fica cabisbaixo.
_ Ron, você é meu irmão, eu te amo, pára com isso. Por favor. Noá coloca o braço no ombro do irmão e o abraça.
_ Desculpe-me... eu te amo também seu merda - Ron fala sorrindo...


Continua...

Amanhã terminarei a história, obrigado aos leitores.
Abraço forte.
Unknow Artirste.

Um comentário:

  1. Muito bom. Ele deve ser super feliz por ter um irmão como você.
    Abraços


    Ron q

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